Quando o assunto é reajuste de preços no Brasil, especialmente em contratos de aluguel e contas de energia, o IGP-M é uma referência quase obrigatória. Apesar de ser um índice econômico, ele influencia diretamente o seu dia a dia — e entender seu funcionamento é fundamental para quem quer organizar melhor as finanças e tomar decisões mais conscientes.
O que é o IGP-M?
O IGP-M, ou Índice Geral de Preços – Mercado, é calculado mensalmente pela Fundação Getulio Vargas (FGV) desde 1947. Sua criação teve como objetivo medir a evolução dos preços em diferentes setores da economia, contemplando tanto a indústria e o comércio quanto o consumidor final e a construção civil.
Ficou conhecido como a “inflação do aluguel” porque, durante muito tempo, foi o principal indexador usado para corrigir contratos de locação de imóveis. Mas sua influência vai muito além disso: ele também ajusta tarifas de energia elétrica, seguros, mensalidades escolares e outros contratos privados.
Em resumo, se você se perguntava o que é IGP-M e para que serve, saiba que ele é uma ferramenta fundamental para corrigir valores de contratos e preservar o poder de compra diante das variações econômicas. <p><br>
Para que serve o IGP-M?
O IGP-M é utilizado como indexador para a atualização monetária de diversos contratos, servindo para:
- Reajustar contratos de aluguel, tanto residenciais quanto comerciais. Essa função tornou o índice amplamente conhecido e explica as dúvidas sobre como o IGP-M impacta o aluguel.
- Corrigir valores em contas de serviços públicos, como energia elétrica, o que desperta o interesse em entender como o IGP-M influencia a conta de luz.
- Atualizar mensalidades escolares, contratos de prestação de serviços, seguros de automóveis, planos de saúde, entre outros.
Como é divulgado mensalmente de forma pública e transparente pela FGV, o IGP-M oferece previsibilidade para ajustes de longo prazo, sendo amplamente aceito por empresas e consumidores.
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Como é calculado o IGP-M?
O IGP-M é composto por três indicadores distintos, cada um representando uma parte específica da economia:
- Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA): representa 60% da composição total. Mede a variação de preços de produtos agropecuários e industriais nas etapas de produção e comercialização antes do consumidor final.
- Índice de Preços ao Consumidor (IPC): tem peso de 30% e reflete a variação dos preços pagos diretamente pelo consumidor em itens como alimentação, habitação, transportes e saúde. Sua pesquisa é feita diariamente em sete capitais brasileiras.
- Índice Nacional de Custo da Construção (INCC): representa os 10% restantes e acompanha a evolução dos preços de materiais, serviços e mão de obra na construção civil.
Esses três indicadores são calculados separadamente e depois agregados para formar o IGP-M. O responsável pela divulgação oficial dos resultados é a Fundação Getulio Vargas (FGV), considerada a principal fonte para consulta do índice.
Qual é o valor do IGP-M hoje e nos últimos 12 meses?
O IGP-M é atualizado todos os meses, e sua variação pode ser acumulada para períodos maiores, como 12 meses. Essa volatilidade ocorre porque o índice reflete as oscilações de preços de insumos agrícolas, industriais, consumo final e construção civil.
Se você deseja acompanhar a evolução do valor do IGP-M ou saber o desempenho do IGP-M nos últimos 12 meses, a recomendação é acessar diretamente o site oficial da FGV, onde os dados são publicados com periodicidade mensal.
Os tipos de IGP
O IGP-M é parte de uma família maior de índices econômicos criados pela FGV, que também inclui o IGP-10 e o IGP-DI. A principal diferença entre eles está no período de coleta de dados:
- IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado): coleta informações de variação de preços entre o dia 21 do mês anterior e o dia 20 do mês de referência. É o mais utilizado em contratos privados, especialmente de aluguel.
- IGP-10: coleta dados entre o dia 11 do mês anterior e o dia 10 do mês corrente. Funciona como uma prévia do comportamento de preços, sendo utilizado para análises econômicas intermediárias.
- IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna): calcula a variação de preços do primeiro ao último dia de cada mês, sendo muito usado em contratos empresariais e em negociações de grandes projetos.
Apesar das diferenças no calendário de coleta, todos esses índices têm a função de refletir as tendências de preços em diferentes fases da economia.
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Qual é a diferença entre IGP-M e IPCA?
Tanto o IGP-M quanto o IPCA são índices de inflação, mas eles possuem metodologias e finalidades distintas:
- O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) é calculado pelo IBGE e reflete diretamente a inflação para o consumidor final. É o principal índice usado pelo Banco Central para metas de inflação.
- O IGP-M, por outro lado, inclui não apenas preços ao consumidor, mas também preços no atacado e custos da construção civil. Por isso, seu comportamento pode ser bem diferente do IPCA em determinados períodos.
Em outras palavras, enquanto o IPCA foca na variação de preços no varejo, o IGP-M capta uma visão mais ampla da economia, incluindo estágios anteriores à venda ao consumidor.
Como investir no IGP-M?
Atualmente, não existem investimentos diretos em títulos públicos indexados ao IGP-M, como ocorreu no passado com o Tesouro IGPM+. No entanto, existem alternativas que permitem proteger o patrimônio das oscilações da inflação:
- Investir em fundos de crédito privado que adquirem títulos atrelados ao IGP-M;
- Aplicar em CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) ou LCIs com rentabilidade pós-fixada vinculada ao índice;
- Optar por fundos imobiliários de tijolo, onde os contratos de aluguel são frequentemente reajustados pelo IGP-M.
Para montar uma estratégia sólida de investimentos, é importante conhecer outras alternativas. Se quiser aprofundar seu conhecimento, saiba como investir e descubra como fazer seu dinheiro trabalhar a seu favor.
Além disso, vale entender melhor os ativos conservadores — descubra o que é renda fixa e veja como diversificar sua carteira com inteligência.
Dica de leitura para aprofundar seus investimentos
Se você deseja expandir sua educação financeira, dois livros são ótimos pontos de partida:
- O Investidor de Bom Senso – Um guia essencial para quem busca uma estratégia de investimento sólida e baseada em fundamentos.
- Deixe de Ser Pobre – Ideal para quem quer sair das dívidas e iniciar uma nova fase financeira com mais segurança.
Conclusão
O IGP-M é mais do que uma sigla em contratos: ele é um reflexo da movimentação de preços em diferentes setores da economia e impacta diretamente a vida financeira de milhões de brasileiros.
Compreender seu funcionamento, acompanhar suas variações e saber como se proteger de seus efeitos é um passo importante para quem quer assumir o controle das finanças e construir um futuro mais estável.
Acompanhe os índices oficiais, negocie contratos de forma consciente e esteja sempre atento às oportunidades de investimentos que ajudam a preservar e multiplicar seu patrimônio.